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segunda-feira, 6 de maio de 2013

1 Ano (mas já?!?!) - parte I: das Decisões

Na gravidez, quando P. nasceu, nos primeiros meses eu nem pensava na festinha, só sabia que faria. Sempre quis comemorar, pelo simples fato da comemoração em si desse milagre que é a vida. Foram anos de expectativas, 9 meses de espera e 12 meses de puro amor, vendo cada desenvolvimento desse serzinho, cada mudança no rosto, cada descoberta...tem como não comemorar?!

No final do ano passado eu já estava louca achando que tinha demorado muito para começar a pensar, disparei pedidos de orçamento, decidi fazer em casa, depois decidi pelo salão, pensei em buffet, na casa de parente, em parque, café, McDonald`s...até que fechamos com o salão do prédio. Aí veio o dilema dos convidados, chamamos geral? Só os mais chegados? Só a família? Só as crianças? Só nós três?

Fechamos família + amigos chegados + amigos com crianças. Nisso percebemos que o salão ficaria pequeno, aí voltei a cogitar a ideia de alguar um espaço, fechar com um buffet, McDonald's... mas logo desisti porque 1) eu, e marido tbm, queríamos uma comemoração em família, pequena, íntima, centrada no nosso pequeno e com o intuito de reunir apenas os mais chegados para celebrar essa data 2) tínhamos poucas crinças convidadas, P. estava fazendo 1 ano e portanto um buffet com 350 atrações ficaria quase parado (nada contra quem opta por buffet, eu mesma sei que em breve irei optar por um, mas acho que agora a nossa ideia e a realidade não era essa) 3) se alugasse apenas um espaço maior (tipo salão só salão mesmo) teria que fazer uma logística para levar tudo, não teria a facilidade de pegar o elevador pra buscar algo que esqueceu ou para arrumar as coisas com calma.

Decidido convidados e local, começou a correria, isso porque em meados de fevereiro minha sogra que estava ajudando a tomar conta de P. durante a semana teve que ir tormar conta da mãe dela recém operada. Resultado: fiquei sozinha na semana para trabalhar (em home office com o freela), cuidar de P., cuidar da casa e decidir os preparativos da festinha.

Minha organização, com lista de tarefas, cronogramas, etapas para cumprir, datas limites, tudo foi por água abaixo. Mas consegui fechar os itens principais e, na minha opnião os mais difíceis, com bastante antecedência:

- fotógrafo: pra mim, que também trabalho na área, foi uma das tarefas mais difíceis. Difícil escolher, confiar e gostar de verdade do estilo. Pesquisei internet a fora, analisei minuciosamente cada portifólio, pedi um trilhão de orçamentos... precisava de qualidade mas também de um preço que coubesse no meu bolso;
- tema e estilo da decoração: escolhemos um tema inspirado nos Backyardgans, mais puxando pro lado do Quintal - por ter relação com o desenho; por todo o simbolismo, pq acho que representa descobertas, liberdade, conhecimento e também porque ele ama o Quintal da Cultura;
- fornecedor de decoração: e aí foi difícil porque queria fugir da decoração padrão, queria algo meio estilo festinha caseira americana. Aí gostei do estilo provençal, queria algo clean, com o colorido nos detalhes, tons alegres, mas não cansativos e por isso penei para achar, até que optamos por uma decoradora no estilo provençal e aí sim eu pude "criar" toda a festinha que eu queria. Escolhi cada cor, detalhe, personalização, etc.;
- lembrancinhas paras as crianças: queria fugir das guloseimas, uma vez que eu mesma levanto a bandeira da alimentação saudável e com o mínimo de doce - ao menos nos primeiros aninhos, mas também queria que fosse original, descolada, diferente e, também muito importante, que fosse barata porque afinal é só uma "lembrancinha";
- lembrancinhas para adultos: para os avós, bisavós e titios uma lembrancinha especial e para os amigos dos papais e primos, uma lembrancinha tradicional daquelas que vai a fotinho da criança e um versinho;
- cardápio: queria inovar, queria pirar, queria voar, queria contratar o Alex Atala, mas aí caí na real, fui no prático-gostoso-pagável: salgadinhos. Decidi pelo mesmo buffet que comprei os salgados do chá de bebê do P.  e que eram deliciosos (que depois que ele nasceu até compramos alguns salgadinhos pra estocar e servir pra quem vinha visitar, rs). Masssss, tivemos uns detalhes diferentes, de coisinhas que pesquisei e pirei e que tive a ajuda da família pra colocar em prática.

Enfim, o post tá enorme, na segunda parte detalho como ficou cada um desses itens e mais algumas outras coisas. A madrinha do Pablo tinha me dito uma vez que "festinha de 1 ano dá um trabalho" e na hora não entendi, porque pra mim tava tão certo que seria só uma festinha, simples, colorida, aconchegante, mas o que esqueci é "o aniversariante tem só 1 ano" e como conseguir arrumar tudo, trabalhar, cuidar da casa, do bebê, de você, do mundo...tudo ao mesmo tempo?




quinta-feira, 21 de março de 2013

O que eu (quase) decidi sobre maternidade e carreira profissional

Desde de que o Pablo nasceu, até mesmo durante a gravidez, eu sabia que mudaria meu "estilo de trabalho". Aquela coisa de 24x7, fazer tudo e mais um pouco, noites a dentro, grandes projetos e grandes pepinos pra resolver estariam com os dias contados. A vontade era mesmo de largar o trabalho formal, fora de casa e all day long, por freelas. O que para jornalismo e fotografia seria simples...

Pois bem, Pablo nasceu, o fim da licença maternidade chegou, eu estava numa empresa que não queria ficar, já tinha realizado grandes feitos nela (criação de departamento, criação e desenvolvimento de um baita projeto, formação e treinamento de nova equipe, muitos finais de semana de trabalho em casa, muitos finais de expediente às 23h, etc e tal) e sabia que o meu "novo perfil", mais conhecido como "mãe", não era o desejado por eles e que estava com os dias contados.

A licença materniade acabou, trabalhei uma semana (a mais difícil ever) e pronto, já estava desligada e poderia me dedicar ao meu pequeno por tempo integral. Foi um misto de liberdade, alívio, felicidade com medo astronômico, porque por mais que a possibilidade dos freelas seja real, é difícil sair de um modelo formal/tradicional de ganhar dinheiro pra pagar as contas.

Um mês depois estava com um freela fixo, que se mantém até hoje, trabalhando home office, com jornada de trabalho de horário fixo, meio período, mas numa área do jornalismo que ando meio cansada: assessoria de imprensa.

A rotina era simples: eu trabalhava, sogra cuidava do pequeno em casa, eu fazia pausas para amamentar e dar carinho. Ok que no começo não foi assim simples, porque ainda é difícil as pessoas entenderem que você está de FATO trabalhando e que precisa de tranquilidade pra isso e que interrupções paralisam todo um raciocínio e te fazem perder mais tempo ainda pra retomar. Mas com o tempo fomos encontrando uma organização melhor.

Maaaaasssss eis que tudo muda, problemas de saúde com os pais da minha sogra resultaram em ela ter que ir cuidar deles e nós, eu e marido, concordamos totalmente e apoiamos. Só que né, eis que fico sozinha pra trabalhar e cuidar de baby.

Meu sogro vem alguns dias, ajuda bem em algumas coisas, outras muitas ainda faço quase que totalmente (dar papinha, arrumar banho, dar banho, arrumar banheiro pós-banho, ajudar num troca de fralda difícil, etc) e isso gera paralizações na rotina de trabalho, atrasos. Estou atrapalhada, não dando conta. E pior: me sentindo culpada por não trabalhar direito, por trabalhar naquilo que não tenho mais tanto tesão (assessoria) e ainda mais por não estar me dedicando como gostaria ao pequeno - vide brincar, rolar no chão, passear...E mais, esse freela fixo tá exigindo cada dia mais de mim, mais demandas, mais responsabilidades, mais tempo de trabalho...
E não é tão fácil decidir mudar quando se precisa de money...e depois de longas conversas com marido eu chego a conclusão que quero mesmo dar um tempo. Não quero entrar de cabeça agora de novo num trabalho heavy, que precise da minha disponibilidade all time, que precise da minha mente focada só nele all time e de todas as minhas energias possíveis - que é o que o trabalho de assessoria exige. E que quero ficar de-fato-e-mesmo com o pequeno mais tempo durante o dia até ele completar  18 anos uns 2 aninhos. E que enquanto isso assumiria freelas com começo e fim (o de hoje é contínuo com jornada 05 dias na semana), tanto pra foto quanto pra texto - mas que pra isso preciso montar portfólios, fazer um networking...
Ok, objetivo decidido, mudança definida, só falta agora saber como fazer e como me organizar. Porque ainda assim vejo que preciso de um help com o pequeno em algum período do dia pra poder fazer esses freelas, ou não? Ou faço na madruga? Ou deixo com a babá pintadinha?
Mas e a casa? Não temos diarista, nem cozinheira, nem copeira, nem arrumadeira, só eu fazedeira de tudo e marido ajudando como pode...
Bebê na escolinha meio período? Não queria tão já, nada contra, todas azamigas tem seus pequenos na escolinha, mas não queria já, já que tô em home office, frio tá chegando, grana ainda é curta...
Babá em casa? Como escolher? Agência? Indicação da vizinha que tem trigêmeos e um time de babás e cozinheiras? Supernanny tem dia livre?

Ainda muito por decidir, mas pelo menos consegui definir, senão o rumo da carreira, o início desse novo caminho. O que mais me pegava era ter a possibilidade de trabalhos não fixos, com mais liberdade de horário que a minha área tem e não aproveitar isso pelo medo de não ter um "trabalho convencional" ou "um cargo bacana" ou de não continuar a vidaloka de dedicaçao 24x7 exclusiva à carreira. O difícil foi assumir pra mim mesma que agora eu quero é me dedicar e curtir a fase do Pablo bebezinho, bebemaiorszinho, bebêgrandinho e levar a carreira mais no modo low profile.






terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Os outros 9 meses

Na verdade já são dez, rs...

O blog ficou parado um tempo justamente por falta de tempo dessa mãe aqui, e também por não saber o que de fato deveria publicar por aqui (medo de expor demais, de menos e acabei não expondo nada).

Voltemos então, firme e forte, ou quase - baby teve febre, diarréia e ainda não tá 100% e eu, bom, devo estar uns 30%, rs, mas só de ver ele melhorzinho já vale as horas não dormidas das últimas noites.

Hoje o pequeno fez 10 meses, eu, mega feliz, já é quase um rapaz! Mas tenho um texto guardado aqui no blog que escrevi quando ele completou 9 meses e achei bom publicar logo, antes do aniversário de 9 anos, :P

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Os outros 9 meses

Foram nove meses gestando, engordando, "ansiendando", pirando, comprando, contando, sonhando e hibernando. Até que nasceu o que há de mais lindo na minha vida, meu amor maior, meu filho, que completou 9 meses.

E o que eu vi nesses 9 meses de gestação fora do corpo? Porque sim, a sensação é essa, a barriga saiu (não completamente), mas o baby continua aqui, grudadinho, aninhadinho, seja mamando, seja pra acalmar, seja pra puxar os cabelos da mãe ou simplesmente pra aconhegar no meu colo, olhar nos nossos olhos e dar risadinhas mil, amooooo.

Não sei nem por onde começar, mas posso afirmar com contrações, urros e clamando pelo anestesista, rs,  que há exatos nove meses vi a maior aventura da minha vida começar. Meu gatinho sempre foi um bebê calminho, bonzinho - nos limites que um bebê pode ser. Claro que teve muito chororô nos primeiros três meses, teve a fase de macaquinho que não se desgrudava das mamadeiras da mamãe (só pra constar que essa fase vai e vem constantemente), teve umas cólicas aqui e outras lá, teve uma otitezinha, um resfriadinhozinho, um tombozinho com galozinho (culpa do pai, que fique claro, rs) e pra tudo isso o que teve muito foi colinho da mamãe.

Isso porque já estou vendo que a fase do "quero ir pro chão mãe" está bem próxima e sim, aqui está o meu conselho: dê colinho, dê beijinhos, dê carinho e afago, porque eles precisam, faz bem, pra eles, pra nós e pro mundo.
(Não estou dizendo pra ficar all day com baby pendurado, porque não há coluna e cansaço que aguente. Mas dar amor em livre demanda, porque vai chegar a hora do "pára mãe" e vai bater aquela saudade...)

(...) voltando à retrospectiva dos 9 meses...lembro como se fosse ontem os primeiros dias em casa, cansativos, estafantes, mas a felicidade tava lá, lá, lá atrás do sono, das olheiras, dos hormônios em montanha-russa e aparece sempre quando você pega aquele serzinho pequenino, olha naqueles olhinhos que te olham fixamente e pensa "então era você esse tempo todo", "era você que estava na minha barriga" e aí parece que conhece ele há tempos, desde sempre e como se eu estivesse esperando por ele sempre. Essa foi a sensação quando o peguei no colo logo que nasceu e ele olhou nos meus olhos como se me conhecesse - e eu também.

Os primeiros meses se resumem a uma "doação pura", o tempo inteiro e uma aceitação de que: maior que o seu cansaço é o quão perdido seu filho está . Ele chegou nesse mundão estranho, barulhento, cheio de estímulos, rostos que ele nunca viu, um espaço que ele nunca sentiu, necessidades que ele nunca se preocupou e que sim, ele precisa de você, precisa da mãe. Ok, ok, e do pai também, claro. :)

Aí, num belo dia, por volta dos 2 meses, numa madrugada em claro, com bebê sem sono, você sem energia, ele te dá o maior sorriso, olhando nos seu olhos. Pronto, uma recarregada pra aguentar o tranco. É uma sensanção avassaladora.

Depois vem os primeiros movimentos conscientes de pegar um brinquedo, pegar no seu rosto, colocar tudo na boca. Pablo sempre observou muito, ficava atento a todos os movimentos, desde muito novinho, sempre tive a sensação de que olha dentro dos nossos olhos e quando isso acontece acompanhado de um sorriso, acaba comigo.

É incrível, parece que até ontem meu pequeno era um RN, um bebezinho que fazia seus movimentos de braços e perninhas, deitadinho, olhando tudo e de uma hora pra outra foi aprendendo tanta coisa, sentou, rolou, ficou em pé e aprendeu a pegar tudo. Parece que entende tudo o que falamos, rs, uma graça. Adora uma farra. Sente mil cócegas e já chama mã-mã-mã-e (sim, até o "e" no final bem enfatizado). É de deixar essa mãe aqui abestalhada.

Cada conquista dessas foi uma lágrima do rosto dessa mãe. Pode parecer piegas, mas é verdade, e digo pra você que isso resume muito esses 9 meses, lágrimas. Lágrimas de emoção, de felicidade, de cansaço, de falta de sono, de se sentir presenteada todos os dias por acordar e ver essas buchechas lindas, os sonzinhos (dá-dá-dá) mais deliciosos, lágrimas por não conseguir dar conta de tudo (filho, casa, trabalho, casamento), lágrimas de gratidão todos os dias por ter essa pessoinha ao lado, lágrimas por admirar como a natureza é perfeita, como é mágico gerar uma vida, alimentá-la de você (desde a barriga e depois que nasce), de poder ensinar coisas boas, participar de suas descobertas (desde quando descobriu o pézinho), lágrimas por se achar culpada, por tudo, lágrimas de dúvidas, do peso da responsabilidade, do medo futuro, da incerteza, da certeza, do merecimento desse amor, lágrimas de amor... com certeza, lágrimas de amor.

Só sei que é intenso demais, que ser mãe é hard.

E que estou amando meu pequeno como nunca imaginei ser capaz.

E que nesses 9 meses descobri também que a palavra organização não sai da minha cabeça, que me faz falta, que ainda não aprendi/descobri/inventei um jeito de dar-conta-de-quase-tudo. E tenho um baita medo dessa exaustão me atrapalhar e me fazer curtir menos cada fase desse bebezinho quase "zão".

Na dúvida, enquanto isso, pego no colo, beijo, beijo, beijo, beijo e tiro muita foto.